quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Compatibilidades

Estava em casa, a sorver ocioso ar, quando me apeteceu criar um novo blog.
Ok, pensei eu...
Coisas não faltam para escrever. Disparates não têm limites para serem ditos desde que não ofendam ninguém. Estudos científicos podem ser incessantemente realizados, visto que qualquer coisa pode ser susceptível de análise. Até cartas de amor (porque não?) sem um destinatário concreto (ou talvez sim) podem ser escritas. Não sou de ferro, essas maleitas também ocorrem eventualmente... Enfim, sentei-me diante do meu ecrã sem saber ao certo o que escrever.
Contudo, um novo obstáculo apresentou-se perante mim. Provavelmente não estava preparado para ele. Qualquer nome que digitasse para dar vida ao blog morria logo antes do parto. Tal como a identidade genética de cada ser humano, não podem existir dois blogs iguais (pelo menos não podem ter o mesmo nome).
Isso, como todas as coisas que me rodeiam e que relevam, fez-me pensar. Não havia um único nome com algum sentido que não existisse já na blogosfera. Serei eu apenas mais um com as mesmas ideias de milhões de outras pessoas? Haverá alguma relação transcendental entre mim e esses seres? Estarei a ser repetitivo e mais valeria estar calado?
Pensava nisso, pensava em pensar. Não me lembro do que pensei, mas sei que isso não me foi indiferente. Apercebi-me pela enésima vez que pensar sobre pensamentos remoídos apenas me desgasta neurónios, que me traz preocupações acrescidas, que não me tem levado a lado algum.
Por momentos, tornei-me um extremista intelectual. Proclamei para mim mesmo o primado da acção sobre o pensamento. Comuniquei com a mutilada alma de Hitler e de outros da mesma laia.
Se as viagens que faço no meu pensamento, através do tempo e do espaço, fossem reais, já conheceria uma boa parte da via láctea. Ainda assim, mal me consigo perceber.
E com isto tudo, com tanto devaneio, mal vocês que lêem me conseguem perceber.
Tudo isto porque não encontrava um nome para o meu blog que ainda alguém não tivesse escolhido.
Voltando com o pensamento à Terra, lá encontrei algo que achei aceitável. Mas mesmo que fosse do mais obsceno que se pudesse imaginar... Who cares?

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