quinta-feira, 24 de abril de 2008

Efemérides

25 de Abril nos dias de hoje? Mais uma efeméride, cada vez mais me convenço disso.
Um feriado que calha sempre bem, como todos os outros, isto é, mais um pretexto para não trabalhar.
É conveniente para tirar Paulo de Carvalho, Zeca Afonso e outros que tais da bafienta caixa de memórias, ouvir depoimentos da guerra do Ultramar, ver o "Capitães de Abril" num dos canais públicos, contemplar cravos estampados nas capas de todos os jornais diários, etc.

Há excesso de liberdade? Talvez. Talvez tenhamos entrado no sinuoso campo da libertinagem (como já foi referido); a liberdade de cada um dever-se-ia circunscrever ao limite do respeito pela liberdade dos outros, com o mínimo de bom-senso e de princípios. Infelizmente, a "liberdade" é tamanha, que o próprio conceito de bom-senso se dilui na vida em sociedade, em que a obediência a normas jurídicas, morais ou até religiosas é vista como uma forma de submissão e/ou atentado à autodeterminação individual.

Uma visão mais pessimista (e realista) poderia concluir que estamos, ainda que não tenhamos noção, a ser vítimas do excesso de permissividade. Nem neste campo deixam de se verificar gritantes assimetrias, nas quais aos titulares do poder político não podem deixar de ser imputadas responsabilidades. Fraudes continuam a aparecer na "cadeira do poder" tal como antes de 1974, ao mesmo tempo que se defraudam as expectativas dos eleitores.

Entendo que os períodos revolucionários são cíclicos e isso dificilmente pode ser contrariado - a mudança nunca agrada ou desagrada a todos (senão, o que seria da democracia?). Precisamente por isso, não soa assim tão estranho que uma nova revolução, perante os cenários recorrentes de instabilidade política e partidária, de desemprego e aumento do custo de vida, entre outras e incontáveis razões, ecluda no nosso país, embora em moldes diferentes de há 34 anos atrás.

Uma coisa é certa. O 25 de Abril veio mudar mentalidades e todo um país de forma geral; Despertou os portugueses para a realidade chamada democracia; contudo, por muitas lutas que se travem, por maior e nobre que seja o interesse, o esforço e a vontade, jamais teremos uma sociedade perfeita.

Por isso, 25 de Abril hoje é mais um trecho de história do que verdadeiramente um pedaço de realidade, uma mera data ou recordação.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Músicas...

Um dos canais de música que mais aprecio (apesar de não ter muito tempo para ver) é o MTV2. É muito menos comercial, mais alternativo, sem programas rídiculos e repleto de bandas pouco badaladas no nosso país, mas que dão cartas sobretudo em terras de Sua Majestade.
Os "Get Cape, Wear Cape, Fly" são um exemplo de como fazer música agradável, com letras descontraídas, entre o brit pop e uma onda mais alternativa, e que em Portugal nunca passaram em nenhuma rádio ou programa televisivo - com muita pena minha.
Fica aqui o tema "Chronicles of a bohemian teenager".



(Aproveito para dedicar esta música aos amigos que me acompanharam -bem como os que não puderam estar fisicamente presentes- numa hora difícil, que me ajudaram a olhar em frente e a não desanimar perante a cruel realidade. Jamais poderei esquecer. Mais uma vez, muito obrigado.)

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Show me your identification!

Convencionalmente, quando nos pedem qualquer documento de identificação, apresentamos o bilhete de identidade. Diz tudo aquilo que é preciso saber sobre nós; aliás, até nos atribui um número com 8 dígitos, não vá haver qualquer tipo de confusão ou repetição.
Por norma, esse cartão acompanha a pessoa na carteira, sendo apresentando apenas quando estritamente necessário. Como é óbvio, ninguém o usa ao pescoço, para que toda a gente o veja. Na verdade, e na maioria das vezes, até preferimos que nenhuma pessoa lhe ponha a vista em cima.
Porque será?
a) Porque a minha mãe tem um nome que parece uma distribuição aleatória de letras
b) Porque nasci numa terriola algures no interior, tipo Sto Isidro do Montejunto
c) Porque a minha caligrafia é quase ilegível

Nada disso...
A verdade é que um dos requisitos do B.I. é a foto do indivíduo. E que atire a primeira pedra quem nunca ouviu frases como:

-"Ahhh... És mesmo tu? Nem pareces o mesmo!"
-"Que cabelo é esse?" (é a que eu mais oiço... vá-se lá saber porquê)
-"Jesus, que cara de miudinho!"
-"Tavas mais magrinho/gordinho aqui..."
-"Kakakakakakaka...."

Além disso, depois de ver a foto, ninguém mais repara no resto... Nem mesmo que aquando da data de emissão medias 1,37m.
Sentimos que temos um alter ego, um Mr.Hyde que persegue Mr.Jeckyl para todo o lado, sempre disposto para o assombrar a qualquer momento.
Para consolação de minha penada alma, em 2010 vou poder dar um novo look aos registos. No entanto, por muito que não queira, em 2020 esse traço da minha figura já estará convertido em heterónimo...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Efeito Férias Desportivas

Após uma semana de férias bem aproveitadas, estou de volta.
Infelizmente, a inspiração parece ter ficado enterrada algures na areia da Praia do Barril. Apesar de tudo, e enquanto ideias (in)decentes teimam em não pairar sobre mim, deixo vos com um vídeo no mínimo curioso...



Quem inventou a expressão "dar tiros nos pés", devia estar a assistir a este jogo da liga húngara. Um verdadeiro drama para o defesa, uma decepção para os adeptos e companheiros de equipa.
E agora não me digam que não é ingrato ser guarda-redes...